O lado B da adoção: dificuldades e histórias que não deram certo
Luiz, de 12 anos, chegou a uma das Varas da Infância de São Paulo apenas com uma mochila nas costas. Nenhum brinquedo, nenhum livro, nenhum CD.
A intervenção do Conselho Tutelar não adiantou. O Judiciário propôs uma terapia familiar, mas a mãe não compareceu. O que fazer? Luiz voltou ao abrigo para viver a experiência de abandono. O segundo. Na família em que nasceu, o pai o espancava com um pau e foi preso por tráfico de drogas. A mãe, que também apanhava do marido, não lhe dava comida nem banho. Luiz foi parar em uma instituição aos 2 anos, depois de ser encontrado pela polícia sozinho, aos prantos, com fome e sujo. Como ele tinha uma avó, o Conselho Tutelar deu-lhe a tarefa de criá-lo, mas ela não conseguiu. Ao voltar ao abrigo, Luiz estava com hematomas e um braço quebrado. Ficou ali até ser adotado, aos 7 anos.
O Judiciário avisou que o menino tinha problemas de anemia, raquitismo e arritmia do coração, e a mãe adotiva o levou ao médico inúmeras vezes. Tudo parecia bem. Mas, quando ele entrou na adolescência, a mãe adotiva teve dois netos e, segundo os técnicos que acompanharam o caso, ela passou a cuidar mais deles que de Luiz. “O meu primo nasceu, e minha mãe só cuida deles”, teria dito o menino.
Luiz, como os demais personagens desta reportagem, recebeu um nome fictício, mas sua história é dolorosamente real. Há muitos casos de adoção que terminam dessa forma, naquilo que os especialistas chamam de segundo abandono. Não deveria acontecer, mas acontece. Existe uma brecha na lei quando a situação é irreversível ou acontece antes de a adoção ser formalizada. Traumática, assustadora, a devolução é o caso extremo de um fenômeno pouco discutido: o lado B da adoção – os problemas inesperados, os conflitos. Por ser um tema muito delicado, fala-se pouco sobre os problemas que enfrentam as famílias adotivas. As angústias e dificuldades existem, são palpáveis e se forem amplamente discutidas podem evitar situações desastrosas para a família que adota e, principalmente, para a criança, que já sofreu um primeiro abandono, o da família biológica. “Aquele discurso de que adoção é um ato de amor é, no mínimo, ultrapassado. A adoção demanda um estudo da situação, um preparo muito especial para aquilo que as pessoas estão se dispondo a realizar”, afirma o juiz Reinaldo Cintra Torres de Carvalho, da Vara da Infância da Lapa, em São Paulo. A maior parte das adoções tem um final feliz, mas, para que o sonho não se torne um pesadelo, quem adota precisa conhecer melhor esse universo. “O sentimento pela criança adotada pode ser o mesmo de um filho biológico, mas a situação não é a mesma”, diz a psicanalista paulista Maria Luiza Assis Ghirardi, que estuda o assunto há 15 anos e publicou no ano passado, na Universidade de São Paulo, a tese Devolução de crianças e adolescentes adotivos sob a ótica psicanalítica: reedição de histórias de abandono. “O fato de uma criança ser adotiva traz especificidades. O fato de alguém não poder gerar um filho também tem suas especificidades que precisam ser aceitas.”
Olá Patrícia!!! Achei seu blog muito legal, apesar de termos orientações diferentes, me identifiquei muito com vc, pois eu e minha esposa tbm estamos juntas há quase 11 anos, casadas há 5 anos e sonhando em termos um filho! Vou acompanhar seu blog sempre que puder!
ResponderExcluirBeijos!!!!
Muito, muito legal seu blog. vamos acompanhar, lendo aos poucos.
ResponderExcluirCaso se interesse , olha que legal esse blog que conta as aventuras de dois homens que adotaram uma criança:
Gaddy Daddy
Patrícia amada, tenho tanta coisa para falar mas agora não dá pq tem uma filha querendo falar no msn! kkk
ResponderExcluirObrigada pela visita no meu blog. Estou te seguindo e com calma te linko depois.
Me identifiquei muito com vc em muitas coisas, tais como ter descoberto no meu marido meu amor, em ter desejado voltar grávida da lua de mel, em ser muito leonina...kkkk
Enfim, acho que seremos boas amigas!
Escrevi um comentário enooorme no primeiro post, mas perdi tudin, tudin! :(
Depois venho ´papear' mais!
Estou no msn: claugimenes3@hotmail.com
face: Cláudia Gimenes
bjs,
Cláudia
Patrícia, parabéns pela iniciativa de compor esse blog, com toda tua experiência e experiência de pessoas que percorrem esse caminho, com certeza, irás ajudar muitas pessoas, desejo todo o sucesso para o seu blog, vou colocar na minha lateral, bjos, amada, uma boa noite.
ResponderExcluirInfelizmente a lei brasileira não presta...
ResponderExcluirA adoção é lenta, é sofrida pra quem esperar adotar e pra quem espera ser adotado.
Atras disto tem um Deus que eu creio.
Ele sabe de todas as coisas e com certeza dará um final feliz pras crianças que passam pelo abandono né?
Bjs grandes
Gente esse blog foi um achado!
ResponderExcluirEu nunca quis engravidar, mas sempre sonhei com a adoção. Agora, estamos eu e minha esposa no maior clima! Se quiser trocar figurinhas, acompanhe também nosso blog http://napontadoarcoiris.blogspot.com
beijo!
Patrícia, conte logo como foi! Agora eu fiquei ansiosa rsss Aqui também tem um grupo como esse, estou louca para participar. Parece que assim a "gravidez" anda mais rápido, já que não podemos passar o tempo comprando enxoval kkkkkk
ResponderExcluirBeijos!
Olá Patricia, encontrei o seu blog e adorei, vou acompanha-la e caso queira seria um prazer tê-la como cia no nosso tb http://meumaiorprojeto.blogspot.com
ResponderExcluirAprecio muito o tema Adoção e tenho amigos que são filhos adotivos ou adotaram seus pimpolhos.
Minha esposa está trabalhando dentro dela a adoção e tem sido muito legal essa transformação. Apesar de querer engravidar a adoção tem um espaço especial no meu coração. Parabéns pela coragem de iniciativa, já estamos aqui torcendo por vcs.
Bjos nossos
Oi Paty,
ResponderExcluirNossa que história triste!!!!!
Acho que a lei deveria penalizar os pais pq querendo ou não a responsabilidade são dos pais adotivos!!!!!
bj