segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Porque Deus nos deu uma boca e dois ouvidos??

Este final de semana foi o aniversário de uma amiga irmã. Para comemorar fizemos um churrasco na casa dela na cidade aonde eu morei dos 14 ao 20 anos, São João da Boa Vista.
Era uma reunião pequena, eu e meu marido, a família da Ana, minha amiga, minha prima Vivi e seu marido Zé. Logo que eu cheguei minha amiga disse que tinha convidado sua cunhada para participar da festa, já que ela morava no Mato Grosso e estava de férias na cidade, eu não me importei.

Claro que como sempre o assunto vocês não tem filhos logo surgiu, já que todos estavam ali com seus filhos menos eu (minha prima também não tem filhos, mas a essa altura ela ainda não havia chegado). Todas ali já sabiam da minha dificuldade em ter filhos e também sabiam da adoção, menos a cunhada que fez a pergunta. Eu sem problema algum respondi e ela sem pensar duas vezes soltou uma frase que gerou uma conversa por toda a volta pra casa (2 horas de viagem) entre eu e meu marido: 

"Nossa eu nunca adotaria uma criança, admiro sua atitude, mas eu nunca adotaria.."

Na hora todos ficaram mudos, meu marido que não tem muitas papas na língua já quis dar uma resposta atravessada, eu logo me virei pra ele e o alcamei com um olhar...

Logo ela se retratou, dizendo que falava aquilo porque sua mãe tinha sido adotada e que a adoção não tinha sido bem sucedida..

Mas o que seria uma adoção mal sucedida??

 O que leva uma pessoa a devolver uma criança adotada??

Quando nós geramos um filho no útero não sabemos o que esperar...podemos imaginar se ele vai sair com os olhos do pai ou da mãe...se será tão inteligente como o avô...mas será que vamos ser compatíveis com essa criança?? Será que nos daremos bem com ela?? E se isso não acontecer, pra quem a gente devolve?? Enfiamos de novo na barriga? 

Não!!! Agente não faz isso, agente tenta de todas as formas educar e disciplinar aquele filho rebelde...Quem não conhece um filho rebelde? Um adolescente mal criado? Eu mesma fui uma adolescente rebelde, até eu fugi de casa..entrei em um onibus em São Paulo aonde eu morava e fiquei rodando até o ponto final, chegando lá peguei o mesmo onibus e voltei pra casa  (mega Fuga!!..rs).

Não estou aqui para criticar, as pessoas são livres e agem de acordo com sua consciência, mas deixo aqui uma reflexão...Será que você, "mãe de barriga", que está ai do outro lado da tela devolveria seu filho só porque ele é uma criança mal criada e rebelde?? Ou ainda, se você que sempre sonhou em ser mãe, não pudesse ter filhos você deixaria de adotar uma criança só por medo de não "se dar bem com a criança?? Pensem nisso!!

3 comentários:

  1. Paty,

    Tem pessoas realmente que são sem noção!!!!!
    Melhor ficar de boca fechada do que falar besteira!!!!

    Não liga não, pq essa mulher com certeza é uma sem idiota!!!!

    Mãe não é a que faz e sim a que cria!!!!!!

    Qto a devolver uma criança que já foi adotada, deve ser complicado... fico imaginando a cabecinha delas como que ficam... por isso que eu acho que tem o curso né?

    Concordo com td que vc falou!!!!!

    bj

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  2. Primeiro de tudo, acho uma indelicadeza sem tamanho quando as pessoas começam a perguntar por filhos como se isso fosse uma obrigação do casal!
    Por Deus! Estamos em 2011 ...

    Segundo, nós pessoas que queremos adotar, vamos ouvir até a morte as exclamações de admiração, indignação e agoro! Comecem a se acostumar rsrs Eu sei que é dificil, mas eu que ainda nem tenho data pra adotar, já avisei a todos que conheço que vai ser assim e ponto.

    Terceiro e mais importante; filho não se abandona. Filho é filho. Eu acho isso um assunto muito delicado, porque mesmo que não queiramos admitir, a motivação é diferente. Quando uma mãe expulsa um filho biológico de casa é completamente diferente de expulsar um adotivo. Ai a história já parte para psicológicos diferentes e que não podemos julgar com muita precisão.

    A unica coisa que espero é que nós não precisemos chegar a esse extremo.

    É o que digo, mãe biológica é mãe, mas mãe adotiva é mãe ao quadrado!

    Abs,
    AMEI o seu blog!

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  3. Oi Patrícia! Achei seu blog por acaso. E amei!!

    Eu tenho uma história bem parecida com a sua em alguns aspectos.
    Sempre quis adotar, sempre quis engravidar, e, uma experiência não excluía outra, rsrs.

    Demorei muito tempo pra convencer o marido, sabe. E agora estamos começando todo o caminho até meus filhotes (porque já decidi que serão 2, kkk).

    Já passei por essas situações ridículas de gente que acha que a incapacidade dela se doar tem que contagiar os outros. É até melhor que pessoas assim continuem assim, porque, dificilmente uma criança seria feliz, ou bem educada, ou "daria certo". Acho cômico esse papo de "dar certo" e concordo com você: por acaso o bebê que está na barriga dá alguma garantia de que as escolhas que ele fará serão aquelas que os pais idealizam???

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