quinta-feira, 1 de março de 2012

A mídia e a associação nociva entre adoção e delinquência.

Oi meninas!!!

As vezes eu fico em falta com minha amigas blogueiras..é marido, trabalho e agora decidi fazer um novo curso técnico..Como Designer eu não posso "quebrar paredes", mas meus clientes sempre querem que eu quebre uma paredinha ai, outra aqui..e por isso decidi fazer um curso Técnico em Edificações, Deus me de forças para terminar..mas enfim, hoje maridão foi  para SP então eu consegui ler todos os posts atrasados, e foi lendo o blog da Claudinha que eu achei esse texto.

Ja tem um um tempo que esse tema vem me incomodando .."Ele, que era filho adotivo, fez isso..."

Porque enfatizar que o moço era ou não filho adotivo....Quando a Suzane matou os pais a mídia não falou.."Ela, que era filha natural.." Filho é filho e ponto final!!!
No início do ano um rapaz matou os pais em Araras SP, nossa, foi um rebuliço total na cidade...Só se falava nisso, que o rapaz tinha matado seus pais adotivos...

Carta encaminhada, à imprensa, pela Sra. Suzana Sofia Moeller Schettini, Presidente do Grupo de Estudo e Apoio à Adoção no Recife
 
Prezados Senhores,
 
A associação entre adoção e delinquência lançada subliminarmente à sociedade nas entrelinhas das reportagens que se referem ao assassinato do
casal de Olinda, causa incômodo e tristeza  a muitos pais e filhos adotivos, pois reforça preconceitos já existentes no imaginário social.
A adoção é apenas um fato histórico na biografia do assassino, não é o que determina as suas ações. Entretanto, tem sido o primeiro quesito a ser relacionado ao seu perfil.
Filhos são filhos tão somente. Não importa se adotivos ou biológicos.
Na verdade, crianças se tornam filhos apenas se forem afetivamente adotadas pelos seus pais.
Aconteceram vários outros casos de tragédias humanas no passado, promovidas por filhos biológicos, e não se verificou nenhuma referência à sua origem biológica. Por que quando o criminoso é adotivo a questão de sua origem ganha tanta relevância?
No Brasil existem milhares de famílias adotivas felizes, cujos filhos foram muito desejados, são amados e criados com muito carinho e desvelo.
Há mais de 20 anos temos em curso o Movimento Nacional Pró Adoção, promovido por entidades chamadas Grupos de Estudo e Apoio à Adoção (os GAAs) - são mais de 100 distribuídos em todos os Estados brasileiros - que são afiliados à Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção (ANGAAD).
O Movimento Nacional trabalha por uma nova cultura de adoção, livre de preconceitos e discriminações e pelo direito de toda a criança a ter uma família. Os esforços conjuntos convergem para uma mudança de paradigma na adoção: ao invés de procurarem-se crianças para famílias que não
podem tê-las, procurarem-se famílias para crianças que já existem.
Temos  cerca de 40.000 crianças institucionalizadas que precisam de uma família e não a conseguem por encontrarem-se fora do perfil desejado pela maioria dos pretendentes à adoção: não são bebês, nem brancos, nem meninas, nem saudáveis.
Como disse Einstein, "é mais fácil quebrar um átomo do que um preconceito".
A associação nociva entre adoção e delinquência, certamente deixará os seus efeitos nefastos na memória social. 
O fantasma do medo assombrará o imaginário dos pretendentes à adoção e os filhos adotivos, por muito tempo, serão apontados com desconfiança e temor! Entretanto, serão as crianças institucionalizadas que pagarão o ônus maior, pois este cenário apenas contribui para postergar mais e mais as suas oportunidades de nova inserção familiar.
Em nome de todos os pais e filhos adotivos brasileiros, pedimos encarecidamente a sua consideração a respeito do exposto.
Antecipadamente agradecemos.
Atenciosamente,
Suzana Sofia Moeller Schettini
Presidente do Grupo de Estudo e Apoio à Adoção no Recife
Mãe adotiva
 
A entrevista completa com a Psicologa vocês podem ler aqui

4 comentários:

  1. Nossa isso também me incomoda horrores. Esse tabu em torno da adoção só prova uma coisa: o senso coletivo julga a partir da ótica da individualidade. Ou seja, só podemos amar e respeitar bens e objetos que compramos, filhos que geramos, parentes do mesmo sangue. Assim, a filha do marido não é sua filha, a esposa do seu irmão não é da família(ela é só a mulher dele, não tem nosso sangue), e por aí vai...

    Aff chega né? Maldita sociedade mergulhada em preconceitos...

    Mudando de assunto, como está o coração para a entrevista?? hehe

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ai Vi..num sei o que eu to sentindo..aff, que agonia...Parece q terça num chega nunca....

      Excluir
    2. É amanhã!!!! Ai que ansiedadeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

      Excluir
  2. Taí uma coisa que me incomoda DEMAIS... Sempre fico super chateada quando leio notícias onde a imprensa faz questão de frisar que o filho era adotivo, e infelizmente isso é mais comum do que gostaríamos. Como se a sociedade já não tivesse preconceito o suficiente! Meu pai mesmo é um... tem um preconceito IMENSO com filhos adotivos, não quis adotar uma criança que minha mãe queria (eu tinha 3 anos e minha mãe não podia mais ter filhos). Meu pai é a típica pessoa que acha que todo filho adotivo dará problemas. Poxa vida, por que a imprensa não ajuda a quebrar esse preconceito, ao invés de reforçar? Isso me revolta demais!

    Bjos, Patricia!

    ResponderExcluir